Impermanência
Observamos na natureza a presença constante da impermanência. A mudança é a única certeza que temos sobre o amanhã. Tudo se transforma. Na semente, a potencialidade da planta. No rio, o traçado caprichoso de seu leito esculpido preguiçosamente pelo correr das águas. As estações do ano revelam a contínua alteração dos ecossistemas. A moda de hoje é o antigo do próximo século. Em todos os lugares a vida resultando em morte, a morte criando a vida. Inevitável é o passar o tempo, feitor e juiz de nossos atos e desejos. Tentamos reter a felicidade e o prazer efêmero, porque tememos a incerteza do momento seguinte e do passado colhemos apenas a saudade.
Nada existe tão dinâmico como a mente. Mil planos, idéias, imagens, pensamentos, desejos, intuições, evidências, esperanças. Ora estamos no passado vivido, no momento seguinte (ou será no mesmo instante?) nos projetamos para o futuro onde colidimos com o presente. Turbilhões de objetos mentais povoam nosso ser.
Por mais que se deseje, nada é o que já foi ou será do mesmo jeito. A ilusão da permanência engana os sentidos. Nosso corpo físico é renovado e transformado constantemente. Perdido em emoções e sentimentos, cuidando egoisticamente de suas necessidades existenciais. O homem deseja a segurança do conhecido e teme a incerteza das oportunidades futuras.
Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
(Nelson Motta e Lulu Santos, Como uma onda)
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará
A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente viu a um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo
Não adianta fugir
Nem mentir pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
(Nelson Motta e Lulu Santos, Como uma onda)
A regra de Ko impede os jogadores, durante uma partida, de repetirem a mesma posição. Bela metáfora sobre a impermanência. Ko nos alerta para a inevitável passagem do tempo. Ko ensina sobre a mudança e a transformação. Uma posição de Ko, quando resolvida resulta em ganho ou perda. Quem ganha? Quem perde? Ilusões da mente...
Bibliografia:
Gibran, Khalil Gibran. O Profeta; tradução de Mansour Challita. – Rio de Janeiro: EBAL, distribuição Record.
Tulku;Tarthang. A expansão da mente; tradução de Paula Rozin, Regina F da Costa e Manoel Vidal; revisão técnica Instituto Nyingma do Brasil. - São Paulo: Editora Cultrix, 1995.
Tulku;Tarthang. O caminho da Habilidade – Formas suaves para um trabalho bem-sucedido; tradução de Manoel Vidal; revisão técnica Instituto Nyingma do Brasil. - São Paulo: Editora Cultrix, 1995.
Thakar, Vimala. Meditação – Uma Maneira de Viver; tradução de Nilda Augusto Pinto. – São Paulo: Editora Pensamento, 1999.