terça-feira, 1 de maio de 2007

168 - Reflexão/10


154
Não ter pressa
para acreditar,
nem para querer.


Percebe-se a maturidade pela demora em acreditar. A mentira é comum; que o acreditar seja incomum. Conclusões apressadas levam facilmente ao engano. Contudo, não duvide abertamente da veracidade dos outros. Ao tratar alguém como mentiroso, ou afirmar que ele foi enganado, seria descortês e afrontoso. Há uma desvantagem ainda maior: não acreditar nos outros sugere que nós mesmos não somos merecedores de crédito. O mentiroso sofre duas vezes: nem acredita, nem é acreditado. Os sensatos retardam o julgamento sobre o que ouvem. E não têm pressa no querer, tampouco. Aconselha-nos um autor(*): Mente-se com palavras, mas também com ações, e o último tipo de logro causa dano maior.


Nota: (*) Cícero

Baltasar Gracián, A Arte da Prudência.