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Não ter pressa
para acreditar,
nem para querer.
para acreditar,
nem para querer.
Percebe-se a maturidade pela demora em acreditar. A mentira é comum; que o acreditar seja incomum. Conclusões apressadas levam facilmente ao engano. Contudo, não duvide abertamente da veracidade dos outros. Ao tratar alguém como mentiroso, ou afirmar que ele foi enganado, seria descortês e afrontoso. Há uma desvantagem ainda maior: não acreditar nos outros sugere que nós mesmos não somos merecedores de crédito. O mentiroso sofre duas vezes: nem acredita, nem é acreditado. Os sensatos retardam o julgamento sobre o que ouvem. E não têm pressa no querer, tampouco. Aconselha-nos um autor(*): Mente-se com palavras, mas também com ações, e o último tipo de logro causa dano maior.
Nota: (*) Cícero
Baltasar Gracián, A Arte da Prudência.